CALAMA: sua história, sua geografia e os seus etc........................
Prof. José Maria Leite Botelho
O barracão de aviação (comércio) da borracha, gêneros alimentícios e outros gêneros.
Foto: Barracão de Aviação. Comércio da época da borracha – 2011.
Fonte: José Maria Leite Botelho
Observe-se que a porta frontal está fora do padrão da construção original. Não, não era assim. A porta original é a que está do lado esquerdo da fotografia. Alguém “desavisado” permitiu que alguém com interesses individuais descaracterizasse a fachada do prédio.
“Um outro” dia estava lembrando quando (no meu tempo de criança) ia fazer compras (naquela época, ninguém ia comprar, todos iam se aviar) no Barracão. Barracão lembra seringal e, Calama apesar de não ser um seringal, nos moldes do termo, funcionava como tal, pelo menos no modelo. Pois bem, no tempo do seu Amélio, do seu Chiquito Marinho, do seu Nelson Carneiro, o Barracão era cheio de castanha (parecia uma colina), feijão, arroz, tabores (recipiente de aço ou ferro com capacidade para 240 litros) cheio de copaíba, blocos de sorva, tecido, açúcar, café em grão, pilhas de lata de querosene, arrobas de tabaco, em fim, era o único local de venda em Calama. Do lado de fora, lotes de pélas de borracha vindas do alto Machado, à espera do transporte para Manaus.
A borracha perdeu seu valor e com ela o Barracão deixou de ser o único ponto de comércio de Vila Calama. Porém não deixou de ser importante. Já funcionou como casa de festas, moradia para ribeirinhos desabrigados pelas águas do Madeira, e, por mais de duas décadas como a casa de força, como sede de uma associação.
O BARRACÃO, Ainda resiste ao tempo e ao homem. Mas será a próxima vítima. Quem será o seu algoz? O tempo? Ou o homem, que ignora a história local?
Pois bem. Esta é a única construção histórica que ainda testemunha o período da riqueza colossal proporcionada pela extração da borracha. Todas as outras já foram demolidas.
Se olharmos do lado direito da primeira foto veremos parte de uma casa. Antes no mesmo local existia um casarão. Esse casarão construído em madeira labiada e coberto com telhas de barro era dividido em três residências. Toda a parte frontal tinha varanda. Igual a casa descrita já foram demolidas também a casa de telegrafia, o enforcado, o chalé, a casa paroquial.
O Barracão, ainda resiste ao tempo e ao homem. Mas será a próxima vítima. Quem será o seu algoz? O tempo? Ou o homem?
É preciso resistir. Ou vamos deixar que a máquina aplaine o único “morro testemunho” da história calamense?
Prof. José Maria Leite Botelho
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