Fonte: Foto existente no Blog do João Calama
Assim começou Vila Calama.
O povoado de Calama desde sua formação na segunda metade do século IX, entre 1800 e 1900, sempre representou um ponto de orientação para aqueles que passaram ou por lá aportaram. Na época áurea da borracha era o porto seguro dos migrantes rumo aos seringais. Para aqueles que vinham dos seringais era o porto de embarque para Manaus e Belém. Para aqueles que a escolheram como lugar de residência encontraram a calmaria e o calor humano, de seu povo.
A necessidade de um porto obriga seringalistas e seringueiros a fixarem moradia, às vezes provisórias, à margem direita do rio Madeira, local inicial do povoado, hoje atual Vila Calama, sede do distrito homônimo. De acordo com a professora e historiadora Yêda BORZACOV (2008), “o povoado de Calama foi fundado por caucheiros e seringueiros bolivianos.”
Com a crescente atividade do porto, Calama, passa a ser entreposto comercial, como ponto de atração e dispersão para os seringueiros oriundos dos mais diversos pontos das regiões Norte e Nordeste do país. Para o professor e historiador Abnael Machado de Lima, o povoado de Calama passou em 1877 a ser sede da empresa Calama S/A de propriedade do espanhol Manoel Antônio Parada Carbacho. Talvez a existência e a função de entreposto, fosse a única certeza para os que ali aportavam, pois, para Silva Amizael Gomes da Silva (1999),
Em Calama eram desembarcada as levas de “brabos” e ali eles começavam a se defender dos sortidos e inesperados ataques dos ferozes parintintin. Daí em diante era iniciada a penosa marcha rumo ao sul, vencendo as cachoeiras que a partir de Dois de Novembro, obstaculizavam a subida do rio...
A riqueza dos seringais permitiu a construção, em Calama, de belos casarões que serviram de moradia ora para os seringalistas, ora para seus “gerentes.” Os casarões testemunharam a existência de tamanha riqueza que por lá circularam. Entre os mais estavam o Chalé, foto abaixo:
O "Chalé"
Foto do autor: Ano de 1990
Casarão conhecido como “chalé” construído na época dos seringais, pertenceu ao seringalista Isaías de Miranda, vendido posteriormente para a Congregação Batista. Foi demolido e no local foi construída a sede da Igreja Batista. Com a demolição do “chalé” Calama perde mais um testemunho de sua história.
E a casa paroquial, foto abaixo:
Foto do autor: Ano de 2011.
Mas, onde estão os casarões das fotos? Poderiam perguntar aqueles que se interessam pela história dos seringais, pelas histórias de vidas, enfim, onde estão os decantados casarões? Psiu! Caluda!
ELES FORAM DEMOLIDOS!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! POR QUEM ACHA QUE HISTÓRIA TEM LUGAR E TEMPO PARA ACONTECER E PARA EXISTIR.
E AGORA? QUEM RESPONDERÁ PELO DESMONTE DOS TESTEMUNHOS HISTÓRICOS DE CALAMA?
Prof. José Maria Leite Botelho.
O Casarão conhecido como “casa paroquial” é uma construção em estilo colonial, modelo português construído na época dos seringais.